Os maiores movimentos da vida não acontecem quando (ou porque) nos mexemos. Os maiores movimentos acontecem escondidos, em silêncio, promovidos pela vida, sem sermos seus autores ou protagonistas.
Dos maiores movimentos, a gente apenas participa, sem poder dizer ao certo como tudo aconteceu. Sabe-se apenas que algo mudou, que algo importante, e sem volta, se moveu. Quem tiver bons olhos verá! Basta contemplar…
Quando chega a morte.
Quando o filho nasce.
Quando a velhice acena.
Quando a menina menstrua.
Quando vem a doença.
Quando nasce uma amizade.
Quando a gente se apaixona.
Quando passamos a ver o que não víamos.
Quando alguém especial nos decepciona.
Ou quando o fruto amadurece e, de uma hora pra outra, não somos mais os mesmos.
Basta olhar! Nossa vida está cheia de inexplicacões. Os movimentos mais importantes são surpreendentes, nos pegam desavisados.
Olhe agora e observe…
A vitalidade do corpo, o força da respiração, o brilho da consciência. Olhe! Olhe para as águas, para a terra, para o fogo, o espaço e o ar. Dentro e afora! Diante dessas forças e suas formas, que força temos nós?
Render-se é uma escolha inteligente para quem está cansado de se achar, de se mexer para acontecer, de se forjar para brilhar.
Descansemos. Descansemos.
A vida não precisa dos nossos afazeres. Nem nós!
Os maiores movimentos estão acontecendo agora, no escuro, anônimos. Mesmo sem vê-los, sem entendê-los, somos parte, estamos participando. E se em nós houver espaço e quietude suficientes então, chegada a hora (livres dos nossos afazeres) saberemos exatamente o que fazer. E este será o nosso presente… teremos uma pérola para oferecer.
Ah!