Uma nova visão só pode nascer de gente contente identificada com a vida
Desde que nascemos somos desviadas da nossa natureza, distraídas do próprio corpo, do conforto da nossa existência.
Desde muito cedo nos vestem de ideias e nos alimentam com conceitos. Somos educadas e treinadas para tê-los e defendê-los. Somos orientadas até nos perdermos de nós mesmas, e acreditarmos que é aquilo que aprendemos que nos dará condições de viver.
Vamos nos tornando seres ideais para um sistema que precisa de corpos fracos e cabeças cheias, um público perfeito para discursos e campanhas pautados na ansiedade e no medo.
Não participamos mais da vida, mas da construção do que se imagina. Perdemos o corpo e a sanidade para dar corpo e sentido ao que pensamos.
E se agora o mundo construído desaba sobre nossas cabeças, que interessante seria deixá-las rolar! Pois certamente mais ideias, ou novas ideias, não nos servirão.
Precisamos de uma visão que venha de gente com corpo presente, de pés firmados no chão. De gente contente, identificada com a vida!
É preciso parar de imaginar, parar de construir ilusão. É fundamental aquietar e ver que vida na Terra é arte do Mistério, não de elaborações. A nós, nos cabe humildemente participar, estar a serviço da vida, ao mistério se entregar.
O momento pede por corpos relaxados e mentes em silêncio, pois o que há pra ser feito precisa surgir de dentro do peito, do coração que se abriu, e viu, que a vida nunca esteve em crise! Foi a gente que se perdeu.