No exercício do desmanche, observamos nosso corpo deixado à vontade em sua relação com a força da gravidade. Iniciamos em pé e somos conduzidas até nos deitarmos completamente no chão. A condução deste exercício tem duração de aproximadamente 60 minutos, e tudo o que precisamos é deixar o corpo seguir as orientações (podemos fazer a prática completa com os olhos fechados).
É bom que você esteja em um espaço em que consegue deitar-se com os braços abertos, pois são feitos alguns movimentos no chão. Enfim, subimos, percebendo o chão subindo pelos pés e pernas, passando pela coluna, até chegar à cabeça.
Ao final, a Márcia traz algumas observações sobre a visão associada à prática do desmanche:
A gente está se segurando, aéreos, assustados, apavorados, perdidos,
quando na verdade é só cair.
Caia.
Caia.
E você vai estar bem pertinho do chão,
e aí é ele que levanta.
Ele se levanta a partir de tudo que compõe o nosso corpo.
Nós somos colocados em pé.
Aí, como presença, a gente não tem que segurar o corpo.
Não tem que forçar o corpo a nada.
Nós somos sutis, nós somos uma presença sutil que acompanha e é acompanhada pelo corpo.
É um veículo que nos leva a passear pela terra.
Aí a gente senta no carro e a gente não precisa ficar fazendo força com o tronco para ir para frente. A gente senta no carro ,e o carro nos leva.
Aqui é a mesma coisa: como presença, eu me derramo sobre esse corpo, e esse corpo me leva.
Não preciso eu ficar ativando: para onde eu vou? Para onde eu vou?
Eu já estou. Eu já cheguei.
Eu cheguei desde o instante em que eu nasci.
E eu vou dando uns passos para cá, uns passos para lá.
Sempre chegada, apoiada, bem-vinda, acompanhada.
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Beijos e abraços,
Márcia e Barbara.
